Afrontamentos: como atenuar este sintoma da menopausa
Os afrontamentos são um sintoma comum durante a fase da menopausa mas também na perimenopausa e afeta igualmente mulheres submetidas à cirurgia para remoção dos ovários ou após quimioterapia.
Fique a saber mais sobre este sintoma incomodativo que pode ser contornado ou evitado.
O que são os afrontamentos
Durante a menopausa, a carência de estrogénio leva a uma desregulação do hipotálamo, uma espécie de termóstato humano, que faz com que, subitamente, a mulher seja acometida de uma sensação de calor extremo, em especial no pescoço e no rosto, em virtude da vasodilatação cutânea.
A informação que o cérebro transmite ao corpo é a de que o organismo deve libertar-se desse calor, ocorrendo, então, uma dilatação mais rápida dos vasos sanguíneos, o que provoca o aumento da temperatura da pele.
O aumento da temperatura faz a mulher transpirar, o que pode provocar calafrios e levar a uma sensação de fraqueza, podendo mesmo conduzir ao desmaio.
Esta sensação de calor súbito pode durar entre 30 segundos a alguns minutos e repetir-se várias vezes por dia, sendo mais comum durante a noite. Neste caso, são chamados de suores noturnos.
Esta é uma das razões pela qual a qualidade e a duração do sono durante a menopausa se degradam, situação que provoca alterações de humor, cansaço e irritabilidade.
Durante quanto tempo se mantêm os afrontamentos?
Tal como acontece com a duração de cada episódio, também, a duração destes sintomas no tempo, varia de mulher para mulher.
Cerca de duas em cada 10 mulheres não chegam, sequer, a ter afrontamentos, outras têm este sintoma apenas durante a fase inicial da menopausa e por um curto período de tempo e por fim, existem outras mulheres que podem ter afrontamentos ao longo de 11 anos. A média, no entanto, é de cerca de sete anos.
Como atenuar os afrontamentos
Existem vários tratamentos para aliviar os sintomas da menopausa, como a terapia de substituição hormonal, medicação ou outras terapias alternativas, que implicam, claro está, aconselhamento e acompanhamento médico.
Para além disso, a mulher pode adotar alguns cuidados no sentido de minimizar estes sintomas, nomeadamente, no sentido de atenuar a intensidade dos afrontamentos:
- Evitar usar roupas muito justas e vestir-se em camadas, para mais facilmente ir adequando o vestuário à temperatura corporal.
- Evitar comida e bebidas quentes e ambientes muito aquecidos, bem como estar junto a fontes de calor, como um aquecedor ou uma lareira.
- Evitar bebidas alcoólicas, cafeína, comidas picantes e tabaco.
- Praticar exercício físico: caminhar, nadar, andar de bicicleta e dançar são boas opções.
- Aprender a controlar a respiração e a fazer respiração abdominal lenta e profunda, com seis a oito respirações por minuto.
- Fazer uma alimentação equilibrada e rica em alimentos fornecedores de estrogénio, como a soja, a linhaça, as sementes de girassol ou o alho.
- Evitar situações de stress e ansiedade.
- Tomar banho com água tépida.
- Pulverizar a cara com água fresca assim que sentir o afrontamento a acontecer.
- Manter a casa fresca e arejada.
- Usar roupa de algodão, nomeadamente para dormir.
Poderá ser importante manter um diário para anotar as situações em que ocorrem os afrontamentos, para mais facilmente perceber quais são os principais “gatilhos” e assim poder evitá-los.
Com o tempo, irá aperceber-se, por exemplo, que a comida picante ou um determinado número de cafés diários pode estar na origem da repetição dos afrontamentos.