Depressão pós-parto: sinais a que deve deve estar atenta
A depressão pós-parto afeta uma em cada seis recém-mães. Este problema pode ser caraterizado por um estado constante de tristeza, que se prolonga por mais de duas semanas, e pelo desinteresse por atividades que, habitualmente, eram prazerosas para a mulher.
Como consequência, a recém-mãe pode sentir-se incapaz de realizar as atividades mais básicas do quotidiano. Conheça os sinais de alerta que se devem ter em atenção.
O que é a depressão pós-parto?
É normal que, nas primeiras semanas após o nascimento do bebé, a recém-mãe possa experimentar sentimentos menos positivos, como cansaço, tristeza ou preocupação, que caraterizam uma “depressão transitória” ou estado de melancolia.
Porém, se estas emoções se tornarem dominantes e se prolongarem no tempo, podemos estar perante um caso de depressão pós-parto. Tanto a gravidez, como o pós-parto, podem desgastar física e emocionalmente a mulher, tornando-a mais suscetível a estados depressivos. Apesar de esta doença ser comum, não devem ser desvalorizados os sinais.
Sintomas
Já adiantamos alguns dos sintomas que podem caraterizar uma depressão pós-parto.
Porém, estes completam a lista dos sintomas mais comuns:
- Perda de energia;
- Mudanças no apetite;
- Alterações no sono;
- Ansiedade;
- Perda da líbido;
- Irritabilidade e mudanças de humor;
- Problemas de concentração, atenção e memória;
- Inquietação e ansiedade excessivas em torno do bem-estar do bebé;
- Sentimentos de inutilidade, culpa, vergonha, fracasso ou desespero;
- Autoestima e autoconfiança baixas;
- Pensamentos autoagressivos ou suicidas;
- Sensação de sobrecarga;
- Choro persistente, sem razão aparente;
- Receio de magoar o bebé;
- Dificuldades de vinculação ao bebé;
- Dúvidas acerca da capacidade de conseguir tratar do bebé.
Causas
Podemos considerar que a depressão pós-parto tem origem na conjugação de vários aspetos, nomeadamente biológicos, psicológicos, familiares e socioeconómicos.
Por um lado, o parto provoca diversas mudanças a nível hormonal, sobretudo devido à queda abrupta do estrogénio e da progesterona.
Por outro lado, há alterações psicológicas e sociais que podem favorecer o desenvolvimento da depressão pós-parto, assim como certos fatores de risco a considerar, nomeadamente:
- Historial de depressão;
- Ansiedade;
- Complicações durante a gravidez ou o parto;
- Parto anterior traumático;
- Perdas gestacionais;
- Suporte familiar insuficiente;
- Problemas conjugais;
- Bebés prematuros ou gémeos;
- Gravidez indesejada.
De ressaltar que a grande maioria das mulheres que enfrentam depressão pós-parto nunca tiveram depressão anteriormente.
Tratamento
Como qualquer depressão, a depressão pós-parto também pode ser tratada, sendo para isso necessário consultar um especialista. O tratamento pode assentar em psicoterapia, mas também em fármacos que não invalidam a amamentação.
Sem acompanhamento, a depressão pode prejudicar não só a saúde da mãe, como o bem-estar e o desenvolvimento do próprio bebé.
Além do acompanhamento clínico, o apoio da família e dos amigos também é muito importante, de modo que a recém-mãe sinta que tem com quem desabafar e partilhar os seus sentimentos e emoções.
Também é recomendável que a mulher saia à rua, passeie e, sempre que possível, reserve algum tempo para si, para descansar e relaxar.
Prevenção
A prevenção da depressão pós-parto pode mesmo começar antes do parto e, até, antes da própria gravidez, consultando um médico, principalmente no caso de mulheres com histórico de depressão e ansiedade. Para isso, podem ter de responder a alguns questionários, cujos resultados determinam o encaminhamento ou não para grupos de apoio e para terapias.
Já depois do parto, é novamente importante consultar o médico, se a mulher manifestar sintomas associados a uma depressão pós-parto. Contudo, a par do acompanhamento clínico, é essencial que as recém-mães adotem algumas medidas de prevenção da depressão pós-parto, tais como:
- Pedir ajuda, sempre que seja necessária;
- Praticar atividade física adequada à condição pós-parto;
- Conviver e socializar;
- Procurar descansar e repousar, sempre que o bebé esteja a dormir;
- Sair para passear e fazer atividades prazerosas;
- Partilhar tarefas com outras pessoas;
- Não valorizar críticas ou comentários depreciativos;
- Falar abertamente sobre as suas dúvidas e sentimentos.