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Como aliviar os enjoos na gravidez

Quem já esteve grávida ou já contactou de perto com alguma gestante, sabe como os enjoos na gravidez são uma manifestação frequente, apesar de não apresentarem qualquer risco quer para a mãe, quer para o bebé, até porque, segundo o estudo “Association of Nausea and Vomiting During Pregnancy With Pregnancy Loss: A Secondary Analysis of a Randomized Clinical Trial”, as náuseas e os vómitos das mulheres no início da gravidez até podem proteger o feto.

Os enjoos na gravidez são também conhecidos como enjoos matinais e intermitentes, apesar de poderem surgir noutras alturas do dia.

De acordo com a American Pregnancy Association, aproximadamente 80% das gestantes sofre de enjoos na gravidez, situação que se pode revelar incomodativa, mas cujos efeitos podem ser controlados. Saiba como.


Por que é que surgem os enjoos na gravidez

A origem dos enjoos na gravidez ainda não é totalmente conhecida, apesar de poder estar relacionada com um estímulo hormonal, nomeadamente, com o aumento gradual da hormona beta-HCG e dos níveis elevados de estrogénio, de gonadotrofina coriónica humana (hCG) e de progesterona, que pode tornar mais lento o movimento do conteúdo estomacal.

Normalmente, os enjoos na gravidez podem surgir a partir da quarta semana de gestação e melhorar depois da 14ª (primeiro trimestre da gravidez), apesar de haver mulheres que relatam enjoos mesmo até ao final da gestação.

De um modo geral, os enjoos na gravidez caraterizam-se por náuseas e vómitos leves a moderados que podem manifestar-se uma a duas vezes por dia.


Fatores de risco

Há outras causas possíveis para os enjoos na gravidez como, por exemplo:

  • Stress;
  • Fadiga;
  • Gravidez gemelar;
  • Histórico de enjoos em gestações anteriores;
  • Tendência natural para enjoar;
  • Histórico de dores de cabeça;
  • Historial familiar de enjoos matinais;
  • Intolerância a contracetivos com estrogénio;
  • Primeira gestação;
  • Sofrer de obesidade.

Contudo, o enjoo típico da gravidez não costuma acompanhar outros sintomas gastrointestinais ou sistêmicos associados. Dessa forma, na presença de febre, diarreia ou cólicas intensas, o seu médico deverá ser informado.


Hiperémese gravídica

Em casos mais raros e graves, os enjoos na gravidez podem estar associados a outras complicações como vómitos abundantes não responsivos ao tratamento, desidratação, fraqueza, boca seca e/ou perda de peso, fadiga, mau hálito, tontura, entre outros sintomas.

Nestas situações, pode ser necessária a estabilização da gestante e a ida ao médico/hospital para observação, avaliação e eventual administração de fluídos por via intravenosa para estabilização do quadro.


Quais os cuidados a ter para evitar os enjoos matinais

Há algumas medidas e precauções que devem ser tomadas de forma a prevenir os enjoos matinais. Eis algumas dicas essenciais a considerar:

  • Manter-se hidratada, bebendo pelo menos oito a 12 copos de água por dia (que podem ser de água com gás);
  • Fazer refeições leves e comer pequenas porções de comida, várias vezes ao dia;
  • Não ingerir alimentos com muita gordura, condimentados e/ou com aromas muito intensos;
  • Preferir alimentos frios;
  • Privilegiar alimentos ricos em hidratos de carbono e pobres em gordura, como compota de maçã, massa, arroz, banana, pão, tostas, torradas e chá;
  • Ter junto à cama bolachas de água e sal para comer, logo ao acordar. Deve, ainda, esperar uns minutos antes de se levantar e fazê-lo calmamente;
  • Ter o quarto bem ventilado;
  • Descansar;
  • Tomar as vitaminas indicadas pelo médico, como a vitamina B6;
  • Tomar medicamentos antieméticos que sejam seguros durante a gravidez e prescritos pelo médico.

Sinais a que deve estar alerta

Há outras circunstâncias que não devem ser confundidas com os sintomas de enjoos matinais tipos da gravidez. É o caso de:

  • Dor abdominal;
  • Desidratação;
  • Diminuição da urina ou urina muito escura;
  • Diminuição da sudorese;
  • Aumento da sede;
  • Boca seca;
  • Aceleração do coração;
  • Tonturas, principalmente ao levantar-se;
  • Desmaios;
  • Febre;
  • Não tolerar alimentos ou líquidos por mais de 24 horas;
  • Vómitos persistentes e com sangue preto ou esverdeado;
  • Inexistência de movimentação fetal (no caso de fetos com mais de 24 semanas);
  • Confusão;
  • Fraqueza;
  • Dormência de um dos lados do corpo;
  • Problemas de fala ou de visão;
  • Lentidão dos movimentos.

Em caso de qualquer dúvida, consulte o seu médico.