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Síndrome mão-pé-boca: o que é?

Síndrome mão-pé-boca: tudo o que precisa de saber

A síndrome mão-pé-boca é uma doença infeciosa e contagiosa relativamente comum nas crianças e que, por isso, preocupa muitos pais. É ainda mais prevalente nas crianças que frequentam creches e infantários e carateriza-se, grosso modo, pelo aparecimento de vesículas nas mãos, pés e boca.

Além de febre, estas ulcerações e vesículas causam dor e desconforto, podendo interferir na disposição e apetite da criança. Como a síndrome mão-pé-boca é altamente contagiosa, as pessoas infetadas devem manter-se isoladas, até recuperarem completamente.


O que é

A síndrome mão-pé-boca trata-se de uma doença infeciosa, mais frequente na infância, embora também se possa manifestar na adolescência e na idade adulta.

Na sua origem, está o vírus Coxsackie (da família dos enterovírus) que tem um período de incubação entre os 3 e os 6 dias. A sintomatologia associada é, normalmente, ligeira. O que mais a carateriza é o quadro de distribuição das lesões: tipicamente na cavidade oral, nas mãos, nos pés e também pode aparecer na região glútea.

Esta é uma doença contagiosa, que pode ser transmitida através de secreções das vias respiratórias, de secreções das feridas das mãos e do contacto com as fezes de pessoas infetadas. Por isso, a contaminação é mais frequente entre bebés e crianças.

O período de contágio pode acontecer durante a primeira semana da doença. Embora, mesmo já depois da fase de recuperação, o indivíduo possa continuar a eliminar o vírus através das fezes. Logo, a pessoa ainda constitui um agente infecioso, mesmo que já não tenha sintomas da doença.

Importa ainda dizer que esta patologia não oferece imunidade, o que significa que a reinfeção é possível.


Fatores de risco

O maior fator de risco para esta patologia é o contacto com fezes ou secreções de uma pessoa infetada com a síndrome mão-pé-boca. Ainda assim, há estudos que revelam que a incidência desta patologia pode aumentar até 20% no outono e no inverno, devido a uma diminuição da imunidade do organismo.

Os bebés e as crianças que frequentam creches e infantários também estão mais vulneráveis a surtos desta infeção, já que a doença é mais comum na infância e se transmite mais facilmente entre os mais novos.


Sintomas e tratamento

Como já referimos, geralmente a sintomatologia associada a esta patologia é leve a moderada. Ainda assim, os primeiros sintomas da síndrome mão-pé-boca são dor de garganta e febre (superior a 38º C), durante os primeiros 1 a 2 dias de infeção e que pode nem sempre acontecer. Estas manifestações podem ser, ainda, acompanhadas de mal-estar e perda de apetite.

Passados 1 a 2 dias, surgem ulcerações dolorosas nas regiões da língua, parte interna dos lábios e bochechas. Mais tarde, surgem ainda vesículas ou pequenas bolhas, também dolorosas, na zona das palmas das mãos e das solas dos pés.

Em caso de infeção, o tratamento recomendado visa atenuar a sintomatologia associada, como a febre e a dor. Por isso, são receitados antipiréticos e analgésicos. É ainda aconselhável o consumo de alimentos e bebidas de fácil deglutição, frescos e que não sejam ácidos, como papas, sopas, fruta esmagada, gelados e água.


Prevenção

Como este é um vírus que se transmite através de secreções das vias respiratórias, de secreções das feridas das mãos e do contacto com as fezes de indivíduos infetados, a melhor maneira de evitar esta doença é redobrar os cuidados de higiene.

Assim, é muito importante que crianças e adultos lavem bem e regularmente as mãos, sobretudo depois de irem ao WC e antes de comerem. É ainda relevante higienizar adequadamente os alimentos, principalmente, as frutas e os legumes.

Acima de tudo, nas creches e nas escolas, estes meios de prevenção devem ser reforçados, com uma limpeza frequente dos espaços, superfícies e brinquedos.

É ainda recomendável que sejam lavadas regularmente as chupetas do bebé, e que seja evitado o contacto com pessoas infetadas.


Complicações raras

Na grande maioria dos casos, o síndrome mão-pé-boca não evolui para quadros de infeção mais severa. Porém, há casos raros que podem apresentar algumas complicações adicionais.

Se a criança não beber líquidos suficientes, devido à dor causada pelas bolhas presentes na boca, ela pode ficar desidratada e, por isso, precisar de ser internada para receber soro.

Noutras situações, também elas raras, o vírus pode afetar o cérebro e provocar uma meningite vírica (inflamação das membranas (meninges) e alterações no líquido cefalorraquidiano em torno do cérebro e da medula espinhal) ou uma encefalite (inflamação do cérebro).