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Está grávida? Cuidados essenciais para estar protegida

Daquilo que, até agora, é conhecido acerca da COVID-19, não há evidência científica de que as gestantes corram mais riscos de infeção pelo novo coronavírus do que a população em geral.

Por isso, elas não fazem parte dos grupos de risco contemplados por esta doença. Ainda assim, há cuidados para grávidas que são muito importantes, uma vez que, em caso de contaminação pelo novo coronavírus, ainda não são claras quais as consequências para a mãe e para o bebé.

Se está grávida, procure ficar tranquila e, mais do que nunca, ouça e siga atentamente os conselhos do seu médico. Para já, deixamos-lhe alguns cuidados para grávidas que lhe vão ser, certamente, muito úteis.


Cuidados para grávidas que todas as gestantes devem adotar

Como já dissemos, no nosso país, as grávidas não foram incluídas nos grupos de risco da COVID-19. Todavia, há que ter em conta que as alterações que acontecem no organismo e sistema imunitário da mulher, durante a gestação, podem torná-la mais suscetível às infeções respiratórias, aumentando a morbilidade materna.

Assim sendo, é de facto importante que as gestantes se protejam e adquiram cuidados de higiene adequados. Além disso, perante algum sintoma suspeito de infeção pelo novo coronavírus, devem contactar de imediato a linha de saúde 24 (808 24 24 24).

Cuidados de higiene

Até ao momento, os estudos não têm encontrado nenhuma evidência científica que justifique que as grávidas devam ter cuidados de higiene distintos dos da restante população.

Assim, de modo a prevenir o contágio pela COVID-19, as gestantes devem:

  • evitar mexer na boca, nariz e olhos;
  • respeitar a etiqueta respiratória, ou seja, tossir ou espirrar para a prega interior do cotovelo ou para um lenço descartável;
  • lavar correta e frequentemente as mãos com água e sabão ou um gel desinfetante;
  • cumprir o distanciamento e o isolamento sociais.

Exames de rotina: deve ou não deve fazer

Para já, quanto a esta matéria, a Direção-Geral da Saúde apenas emitiu diretrizes destinadas a grávidas com COVID-19 ou com suspeita de infeção pelo novo coronavírus.

Assim, depreende-se que as restantes gestantes devam continuar a marcar presença nas suas consultas e exames de rotina, a menos que o profissional ou estabelecimento de saúde lhe dêem indicações em contrário.

De acordo com João Bernardes, Presidente do Colégio da Especialidade de Ginecologia e Obstetrícia da Ordem dos Médicos, é recomendado “um acompanhamento de rotina, adaptado às circunstâncias locais, que depende sempre dos recursos disponíveis, humanos e materiais.”. João Bernardes informa ainda que “alguns exames, como a ecografia do terceiro trimestre, também foram suspensos, mas sem consequências para a saúde do bebé ou da mãe.”

Algumas consultas presenciais também foram substituídas por chamadas telefónicas, pelo que o ideal é que a gestante mantenha contacto regular com o profissional ou estabelecimento de saúde que a acompanha e siga as indicações do mesmo.

Caso se tenha de deslocar ao centro de saúde, clínica ou hospital, deve fazê-lo respeitando os cuidados de higiene descritos acima.

Outras informações úteis

Recentemente, a Direção-Geral da Saúde deixou algumas notas importantes dirigidas às gestantes e recém-mamãs.

Essas missivas aconselhavam as grávidas a procurarem ativamente a vacinação contra a tosse convulsa, que deve acontecer entre as 20 e as 36 semanas de gestação; e, às recém-mamãs, recordava-as de que o “teste do pezinho” deve continuar a ser realizado entre o 3º e o 6º dia de vida do recém-nascido.

Outro aspeto importante a ter em consideração é que, embora as grávidas não façam parte do grupo de risco, no que diz respeito a esta doença, segundo a Organização Mundial de Saúde, elas devem ter prioridade na realização do teste ao COVID-19, caso apresentem sintomas compatíveis com esta patologia.


Amamentação: sim ou não?

Entidades respeitáveis como a Organização Mundial de Saúde, a UNICEF, o Centro de Controlo e Prevenção da Doença (CDC) dos Estados Unidos e o Royal College of Obstetricians and Gynaecologists (RCOG) do Reino Unido apoiam a amamentação, mesmo em mães infetadas com COVID-19.

Em Portugal, a mesma posição é assumida pelo Núcleo de Estudos de Medicina Obstétrica. Porém, o Colégio de Ginecologia e Obstetrícia é desfavorável a amamentação por parte de mães com COVID-19. Já a Direção-Geral da Saúde optou por deixar ao critério dos profissionais de saúde a decisão em relação ao que fazer e aconselhar nesta matéria.

Até agora, não foram encontrados vestígios do novo coronavírus em amostras de leite materno de mães com COVID-19. Contudo, as amostras disponíveis ainda são em número reduzido para se conseguir ter certezas quanto à possibilidade ou não de haver contágio.

Certo é que neste contexto de pandemia e nesta fase de mitigação em que nos encontramos, o mais sensato e prudente é que todas as mães que queiram amamentar tenham cuidados de higiene redobrados, nomeadamente:

  • colocar máscara, enquanto amamentam (imprescindível no caso das mães com COVID-19);
  • cumprir as normas de etiqueta respiratória;
  • lavar bem as mãos, antes e depois de tocar no bebé;
  • desinfetar as superfícies onde tocam.

Está grávida e com COVID-19? Descubra o que se sabe até ao momento

Neste momento, ainda decorrem pesquisas sobre dos efeitos que a COVID-19 pode ter na gravidez, ou seja, se uma gestante com o novo coronavírus tem ou não maior probabilidade de gerar um feto com malformações ou de vir a sofrer perda gestacional.

No que diz respeito a partos prematuros, já existe evidência que a infeção por COVID-19 aumenta o risco de parto pré-termo.

As mesmas dúvidas quanto à transmissão do vírus colocam-se em outras etapas como o parto ou a amamentação.

Assim sendo, ainda não é certo se a mãe pode ou não contagiar o seu feto (transmissão vertical) ou recém-nascido (nomeadamente através do parto ou da amamentação).

Porém, as análises até agora realizadas a amostras de líquido amniótico e a leite materno de mães com COVID-19 não detetaram o novo coronavírus. Em suma, apesar de ainda não existir evidência suficiente para confirmar ou refutar o risco de transmissão vertical, já é possível afirmar que, a existir, esse risco será reduzido.

Conclusão

Apesar das grávidas não fazerem parte do grupo de risco da infeção pelo novo coronavírus, é natural que gerar um bebé em plena pandemia as deixe particularmente ansiosas e com medo.

Porém, as recomendações são para que sigam a mesma postura aconselhada à restante população e que mantenham um contacto relativamente próximo com o profissional ou estabelecimento de saúde que as segue.

Embora possa ser necessário fazer alguns ajustes relativamente ao acompanhamento da grávida, para já os exames de rotina essenciais estão salvaguardados, assim como todas as medidas de higiene e segurança, de forma a evitar qualquer contágio.