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Gordura visceral: saiba o que é e como manter-se saudável

A gordura visceral (ou intra-abdominal) é um tipo de gordura que se encontra depositada na zona da barriga, mais concretamente ao redor de órgãos vitais situados atrás da parede abdominal, designadamente o fígado, pâncreas, estômago e intestinos. Pode, também, acumular-se nas artérias.

Quando em excesso, é o tipo de gordura mais perigoso. Pode provocar várias doenças e complicações sérias, como hipertensão, colesterol elevado e sendo responsável por aumentar o risco de enfarte ou acidente vascular cerebral.

Na maioria das pessoas, 90% da gordura corporal é subcutânea, ou seja, está localizada entre a pele e os músculos do abdómen e é, por isso, facilmente visível (e até palpável) em caso de excesso. Os restantes 10% correspondem a gordura visceral.

O facto de estar localizada a um nível profundo do nosso corpo faz com que, frequentemente, seja invisível. Ou seja, nem sempre é sentida nem vista. Ou seja, a presença de gordura visceral não é tão óbvia, uma vez que mesmo as pessoas que têm um peso adequado às suas caraterísticas, podem ter gordura visceral em excesso.

E o inverso também é verdade. Uma barriguinha mais proeminente pode ser o resultado da acumulação de gordura subcutânea e não de gordura visceral.

Perigos da gordura visceral

Riscos para a saúde

As células da gordura visceral são bastante ativas, produzindo hormonas e outras substâncias, como as citocinas, que podem desencadear processos inflamatórios favoráveis ao aparecimento de doenças cardíacas e outras condições crónicas.

Algumas das proteínas produzidas por este tipo de gordura provocam a contração dos vasos sanguíneos e o aumento da tensão arterial. Podem também potenciar a resistência à insulina, mesmo em quem nunca sofreu de diabetes ou pré-diabetes.

À medida que o volume de gordura visceral aumenta, cresce o risco de intolerância à glicose e de diabetes tipo 2.

Seguem-se algumas das principais doenças e complicações que podem ser provocadas pelo excesso de gordura visceral:

  • Doenças de coração
  • Acidente Vascular Cerebral (AVC)
  • Doença de Alzheimer
  • Diabetes tipo 2
  • Colesterol elevado
  • Asma
  • Cancro da mama
  • Cancro colorretal
  • Aterosclerose
  • Dislipidemia (anomalia na quantidade ou qualidade dos lípidos – gorduras – no sangue)

Como medir a gordura visceral

A forma mais fiável de medir a gordura visceral é através da realização de um exame imagiológico (TAC ou ressonância magnética). Estes são, no entanto, métodos dispendiosos e mais morosos.

Habitualmente, o médico opta, por isso, pela avaliação do estilo de vida do paciente e pela medição da sua massa gorda, o que lhe permitirá depois calcular a percentagem de gordura visceral.

Também é possível ficar com uma ideia através da medição da circunferência abdominal. Isso faz-se colocando uma fita métrica à altura do umbigo, em posição de pé (não vale encolher a barriga!). É considerado excesso de gordura quando são registados os seguintes valores:

  • Mulheres: 88,9 centímetros ou mais
  • Homens: 101,6 centímetros ou mais

Se desconfia que a sua gordura visceral está acima do recomendado, deverá consultar o seu médico. Ele irá medir, também, a sua tensão arterial, frequência cardíaca e outros sinais vitais. Poderá, ainda, testar amostras do seu sangue e/ou urina para obter uma imagem mais completa da sua condição.


Prevenção

A forma como a gordura visceral se desenvolve ainda não é bem compreendida pelos cientistas. Existe, porém, um conjunto de fatores que, conjugados, parecem colher a unanimidade dos especialistas:

  • Predisposição genética;
  • Stress crónico;
  • Alimentação pouco saudável (alimentos industrializados, processados, ricos em açúcar e carbohidratos);
  • Sedentarismo;
  • Menopausa.

Apesar de ser difícil lutar contra a predisposição genética, é possível minimizar a acumulação de gordura visceral. Eis algumas sugestões que ajudarão certamente:


Exercício físico regular

Pratique, pelo menos, 30 minutos de atividade física (aeróbica) de intensidade moderada na maioria dos dias (exemplos: caminhada em passo rápido, bicicleta, elítica, remo, aulas aeróbicas);

Trabalhe, também, os seus músculos (exercícios com pesos e treinos de resistência muscular, como flexões e abdominais).


Alimentação saudável

Tenha cuidado com porções exageradas;

Prefira carbohidratos complexos (frutas, vegetais e grãos inteiros) e proteínas magras (carne de peru ou frango, peixe, ovos, feijão, laticínios magros);

Reduza a ingestão de carbohidratos simples (pão branco, massa de grãos refinados, bebidas açucaradas);

Prefira as gorduras polinsaturadas (óleos vegetais, frutos oleaginosos, cereais integrais, sementes, gordura de peixe, óleo de fígado de peixe, hortícolas de cor verde escura, etc);

Evite as gorduras saturadas (manteiga, queijos gordos, produtos de salsicharia e charcutaria, banha de porco, óleo de palma, óleo de coco, gordura de carne de vaca, etc.).


Não fume

O tabaco pode influenciar o padrão de distribuição de gordura corporal (os fumantes podem ter maior circunferência abdominal).


Durma bem

Dormir, habitualmente, menos de cinco horas ou mais de oito favorece a acumulação de gordura visceral.


Reduza o consumo de bebidas alcoólicas

O consumo excessivo de álcool causa aumento da gordura visceral.


Cuide do seu humor

Sintomas depressivos, stress e ansiedade fazem aumentar os níveis de cortisol (a “hormona do stress”), que favorece a acumulação de gordura visceral.


Seja paciente

Tratamentos rápidos como a lipoaspiração apenas removem a gordura subcutânea, pois não alcançam a gordura visceral.