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O que é o cancro colorretal? Identifique os sinais de alarme

O cancro colorretal trata-se do cancro mais comum na Europa e o terceiro mais frequente no mundo. No ano passado, foram diagnosticados mais de 10 mil novos casos de cancro do cólon e reto em Portugal.

No nosso país, é o segundo carcinoma mais frequente nas mulheres - o primeiro é o cancro da mama - e o segundo mais comum nos homens, depois do cancro da próstata, sendo a neoplasia com a mais alta taxa de mortalidade.


Cancro colorretal: causas, sintomas e tratamento

O cancro colorretal, vulgarmente chamado de cancro do intestino, é uma neoplasia que pode afetar o cólon ou o reto.

Este cancro começa com um pólipo, que resulta do crescimento anómalo do tecido epitelial na parede do intestino. No entanto, nem todos os pólipos evoluem para cancro e podem ser removidos antes de isso vir a acontecer.

Habitualmente, estes pólipos são removidos por colonoscopia antes de degenerarem. Se as células malignas identificadas no pólipo não invadirem outras camadas do órgão, a remoção do pólipo pode significar a cura.

Se os pólipos não forem removidos e evoluírem para cancro, pode dar-se a metastização, através da disseminação das células tumorais para outros órgãos.


Fatores de risco

Se há fatores de risco que não podem ser evitados, como a história familiar e a idade, outras condições que estão na origem do cancro colorretal podem ser alteradas para prevenir a doença.

Alimentação

O consumo de carnes vermelhas e de gorduras de origem animal aumentam o risco de desenvolvimento do cancro do cólon e reto, enquanto que o consumo de fibras tem um efeito protetor.

Uma dieta equilibrada e que privilegie o consumo de frutas e vegetais é essencial na prevenção deste cancro.

A obesidade é outra condição que multiplica o risco de desenvolver a doença.

Sedentarismo

A incidência do cancro colorretal é maior entre as pessoas que não praticam exercício físico, sendo a vida sedentária uma das principais causas do cancro do intestino.

Consumo de tabaco e de bebidas alcoólicas

Os fumadores correm um risco 30 a 40% maior de vir a sofrer de cancro colorretal, sendo que o consumo de álcool aumenta significativamente a possibilidade de desenvolver a doença.

Idade e género

Apesar de poder surgir em qualquer idade, cerca de 90% dos cancros do cólon e reto são diagnosticados em pessoas a partir dos 50 anos. Atingindo homens e mulheres, a prevalência é maior nos homens.

Fatores genéticos e história familiar

As pessoas que sofrem de polipose adenomatosa familiar ou de síndrome de Lynch têm um risco acrescido de vir a sofrer de cancro colorretal.

Ter na família vários casos de cancro colorretal (nomeadamente, se afetou pais e/ou irmãos) é outro fator de risco, embora cerca de 85% dos casos de cancro do cólon e reto não tenham qualquer relação com a história familiar.

História de doença inflamatória

Estes pacientes devem realizar rastreio, uma vez que o risco de cancro colorretal depende de vários fatores, como localização da doença, idade do diagnóstico e demais patologias associadas.


Sintomas

Numa fase inicial da doença, o cancro colorretal pode não apresentar sintomas, o que, de acordo com a Sociedade Portuguesa de Endoscopia Digestiva, “realça a importância do rastreio (ou seja, fazer um exame sem ter queixas)”.

Quando provoca sintomas, os mais frequentes são:

  • Perda de sangue nas fezes;
  • Dor de barriga;
  • Cansaço fácil, fadiga;
  • Alteração prolongada daquele que é o padrão habitual do funcionamento do intestino. Por exemplo, obstipação numa pessoa que, normalmente, tem um funcionamento regular ou diarreia em alguém que, habitualmente, tem prisão de ventre;
  • Perda de peso não intencional;
  • Anemia.

Diagnóstico

Alguém que apresente estes sintomas deverá procurar ajuda médica. O especialista, provavelmente, recomendará a realização de uma colonoscopia. Este exame permite fazer o diagnóstico do cancro colorretal, quer através da visualização do intestino, quer pela realização de biópsias, que são feitas durante o exame.

Os pólipos encontrados poderão ser removidos durante a colonoscopia. Posteriormente, e em prol de um diagnóstico de cancro, poderão ser feitos outros exames como uma tomografia computorizada (TAC) ou ressonância magnética.

Não havendo sintomas, a pessoa será incluída no Programa de Rastreio do Cancro do Cólon e Reto, da responsabilidade do Serviço Nacional de Saúde.

As pessoas entre os 50 e os 74 anos serão convocadas para a realização desse rastreio, que será feito através da realização da pesquisa de sangue oculto nas fezes a cada dois anos. Caso a pesquisa seja positiva, deverá ser feita uma colonoscopia.


Tratamento

O tratamento do cancro colorretal depende de vários fatores, nomeadamente do estadiamento da doença e o estado geral do doente, além de outras doenças que tenha.

Tratamentos endoscópicos, cirurgia, quimioterapia e radioterapia são as várias opções disponíveis e, muitas vezes, usadas em conjunto.

O tratamento, de base hospitalar, obriga à existência de equipas multidisciplinares que envolvem médicos de várias especialidades, como Gastrenterologia, Cirurgia, Oncologia Médica, Radioterapia, Anatomia Patológica e Imagiologia.