Cancro da boca: sinais e sintomas a que deve estar atento
O cancro da boca ou cancro oral engloba todos os tumores malignos que atingem a cavidade oral, desde os lábios à garganta, nomeadamente, as amígdalas e a faringe. Isto é, faz parte do grupo de cancros da cabeça e pescoço.
Este tipo de cancro é mais comum no pavimento da boca (mucosa abaixo da língua), bordo lateral da língua e palato mole. A grande maioria são carcinomas que afetam o epitélio da mucosa oral, correspondendo apenas 10% a tumores mais raros, como linfomas, sarcomas, melanomas, etc.
Uma das problemáticas associadas a este cancro é o seu diagnóstico tardio que pode estar diretamente relacionado com elevada mortalidade. Perceba os seus principais fatores de risco, sintomas e tratamento desta doença.
Cancro da boca: fatores de risco, sintomas e tratamento
O cancro da boca ou oral é mais prevalente em indivíduos do género masculino, com mais de 45 anos de idade e, em particular, na faixa etária acima dos 65 anos de idade. Este é o sexto cancro mais frequente em todo o mundo.
Fatores de risco
Geralmente, o aparecimento do cancro da boca está relacionado com um estilo de vida pouco saudável, caraterizado por uma dieta pobre em vegetais e pelo consumo de tabaco e álcool.
Estima-se que cerca de oito em cada 10 indivíduos com cancro oral sejam ou tenham sido fumadores. Os fumadores ou ex-fumadores correm, assim, um risco cinco a sete vezes superior de virem a ter cancro oral, em comparação com quem nunca fumou.
A explicação pode estar no facto do tabaco provocar várias transformações na mucosa oral, as quais têm um efeito carcinogénico nas células epiteliais.
Outros fatores de risco a considerar
- Infeção pelo Vírus do Papiloma Humano (HPV);
- Exposição ao pó da madeira, a fumos de tubos de escape e a poluentes industriais;
- Sistema imunitário frágil;
- Má higiene oral;
- Traumatismo crónico, devido a próteses dentárias mal ajustadas à boca;
- Exposição solar sem proteção, nomeadamente, na região dos lábios;
- História familiar de cancro oral.
Sintomas
Inicialmente, as lesões associadas ao cancro da boca ou oral são, normalmente, indolores, tornando-se dolorosas à medida que evoluem.
Em termos de aspeto, os carcinomas costumam apresentar-se como uma mancha, cujo tom pode variar, mas que é habitualmente branco ou avermelhado. Pode ainda caraterizar-se por uma massa mais ou menos dura ou uma úlcera que não cicatriza.
Alguns dos sinais de alerta que o devem fazer consultar um médico ou dentista são:
- Úlceras persistentes na mucosa oral;
- Áreas endurecidas e/ou de crescimento tecidular na mucosa oral;
- Lesões na mucosa oral que não cicatrizam;
- Mobilidade dentária;
- Dor na mucosa oral;
- Sangramento ou dentes soltos, sem causa aparente;
- Mau hálito persistente;
- Perda de sensibilidade na mucosa oral;
- Disfagia (dificuldade em deglutir);
- Lesões brancas e vermelhas na mucosa oral;
- Linfadenopatia (gânglios linfáticos aumentados).
Tratamento
Para tratar este problema de saúde, pode recorrer-se à radioterapia, à quimioterapia, à cirurgia ou à combinação de todas.
A eficácia do tratamento para o cancro da boca está, essencialmente, relacionada com um diagnóstico precoce da doença. Este aspeto pode ser determinante para um aumento da taxa de sobrevivência.
Os números ligados à mortalidade associada a este cancro ainda são altos, estimando-se que, em cada 10 doentes com cancro oral, seis morram nos cinco anos posteriores ao diagnóstico da doença.
Na prática, anualmente, surgem aproximadamente 10 milhões de novos casos de cancro oral, dos quais mais de seis milhões terminam com o óbito do doente.
Como prevenir o cancro da boca
Como ficou claro ao analisar os fatores de risco para esta doença, em parte é possível prevenir o cancro oral, se mantiver um estilo de vida globalmente saudável.
Assim, alguns dos comportamentos a adotar são:
- Não fumar;
- Não beber álcool;
- Consumir vegetais, frutas e alimentos ricos em antioxidantes;
- Fazer uma boa higiene oral;
- Colocar protetor solar labial;
- Ir periodicamente ao médico dentista, fazer um check-up da saúde oral (pelo menos, duas vezes por ano);
- Fazer o rastreio do cancro oral.
Rastreio do cancro oral
No rastreio do cancro oral, o médico dentista tem oportunidade de observar várias estruturas orais, como lábios, língua, gengivas, palato, bochechas, pavimento da boca, e estruturas anexas à cavidade oral, como as glândulas salivares, pescoço, etc.
Ao fazer a palpação destas estruturas, é possível detetar aumentos de volume ou zonas endurecidas. Quando há suspeita de alguma lesão, podem ser recomendados exames adicionais, tais como: análises clínicas, radiografia, tomografia computorizada (TC), ressonância magnética (RM), tomografia por emissão de positrões (PET) ou biópsias orais.
Cuide da sua saúde oral!