Hepatite: quais os diferentes tipos?
Em Portugal, há aproximadamente 150 mil doentes com hepatite de origem vírica. Porém, esta inflamação do fígado também pode ser provocada por fármacos, alcoolismo, ingestão de certas plantas, contato com sangue ou fluidos infetados, consumo de água ou de alimentos contaminados ou doenças autoimunes.
Um fígado hepático não é completamente eficiente, podendo mesmo sofrer danos causadores de fibrose, cirrose ou cancro. Porém, existem vários tipos de hepatite, as quais podem ser divididas em dois grandes grupos: as hepatites agudas e as hepatites crónicas.
A tipologia de hepatite vai influenciar a forma de tratamento ou de controlo da doença.
Há quadros ligeiros de hepatite que são ultrapassados apenas com descanso, enquanto existem quadros mais severos, que não se conseguem tratar, mas somente evitar o seu agravamento. Saiba mais.
O que é a hepatite?
Há diferentes tipos de hepatite, a saber: A, B, C, D, E e G.
- Em Portugal, a hepatite A é bastante comum, principalmente nas faixas etárias das crianças, adolescentes e jovens adultos. Normalmente, é tratada entre três a cinco semanas;
- Mais grave e frequente a nível mundial, é a hepatite B, a qual vítima diariamente 600 mil doentes. Além do risco de cronificação este tipo de hepatite pode causar cirrose e cancro do fígado;
- Comportamento semelhante tem a hepatite C que também se pode tornar numa doença crónica mais frequente e evoluir para quadros cirróticos e cancerígenos;
- Já a hepatite D pode, muitas vezes, desenvolver-se em doentes que já sofrem de hepatite B, podendo nestes casos agravar o quadro clínico destes pacientes;
- A hepatite E é uma doença infeciosa e viral aguda, que produz inflamação e necrose do fígado;
- Descoberta nos anos 90, a hepatite G é causada pelo vírus VHG e é responsável por 0,3% das hepatites víricas.
Sintomas
A sintomatologia associada à hepatite vai, naturalmente, variar em função do tipo de hepatite em causa.
Contudo, alguns dos seus sintomas mais frequentes são: fadiga, perda de apetite, náuseas/vómitos, diarreia, urina com coloração escura, fezes claras, dores abdominais e musculares, febre, mal-estar e icterícia.
Causas
Como já adiantamos, as hepatites podem ter origens distintas:
- A hepatite A é, normalmente, contraída devido ao consumo de água ou de alimentos contaminados (via fecal-oral) ou através da infeção por alguém que seja portador do vírus. Este é um problema relativamente frequente, mas pouco grave nas crianças;
- A hepatite B costuma ser contraída através do contacto com sangue ou outros fluidos contaminados, nomeadamente por meio de relações sexuais sem preservativo, da partilha de seringas entre toxicodependentes, de uma transfusão de sangue ou de mãe para filho, geralmente no momento do parto (embora também possa ocorrer por via transplacentária);
- A hepatite C conhece as mesmas formas de transmissão que a hepatite B. O contato sexual é uma forma possível de infeção, embora menos comum, comparativamente ao contágio de hepatite B;
- A hepatite D é, também, contraída através do contato com sangue ou fluidos sexuais contaminados;
- A hepatite E conhece as mesmas formas de transmissão que a hepatite A;
- A hepatite G pode ser contraída através do contato com sangue contaminado.
Tratamento
A terapêutica destinada à hepatite varia em função do seu tipo:
- A hepatite A é, geralmente, tratada com repouso e medidas de suporte;
- A hepatite B crónica pode exigir terapêutica antiviral, de modo a controlar a progressão da infeção vírica. Já a hepatite B aguda costuma ser tratada com medidas de suporte e de vigilância;
- A hepatite C carece, normalmente, de uma abordagem farmacológica, sendo que em alguns casos a única solução pode ser o transplante de fígado;
- A hepatite D aguda não tem tratamento específico, enquanto se for crónica pode ser recomendada alguma medicação que visa controlar os danos hepáticos;
- A hepatite E não tem um tratamento específico, sendo aconselhada medicação de suporte, para alívio dos sintomas. Além disso, é importante descansar, fazer uma alimentação equilibrada e ingerir muitos líquidos;
- A hepatite G ainda não tem tratamento, embora também não haja estudos que demonstrem que ela é capaz de causar danos hepáticos.
Prevenção
Tendo em conta as suas diversas causas, as várias hepatites podem requerer diferentes medidas de prevenção. Para evitar a:
- Hepatite A, deve higienizar frequentemente as mãos; ingerir sempre água engarrafada e alimentos embalados, cozinhados e sem casca; e tomar a vacina para a hepatite A.
- Hepatite B, deve tomar a vacina contra a hepatite B, a qual tem 95% de eficácia. Além disso, recomendam-se outros comportamentos de prevenção, tais como: uso do preservativo durante o ato sexual; utilização de agulhas esterilizadas e descartáveis; não partilhar objetos de higiene pessoal, nomeadamente escovas dos dentes, lâminas de barbear ou instrumentos de manicure não esterilizados.
- Hepatite C não deve partilhar agulhas não esterilizadas, nem objetos perfuro-cortantes.
- Hepatite D deve tomar a vacina contra a hepatite B, pois ela também oferece proteção contra este tipo de hepatite.
- Hepatite E deve lavar regularmente as mãos com água e sabão; beber água fervida ou de fonte segura; lavar e cozinhar bem os alimentos; evitar comer marisco de origem questionável; não frequentar zonas com águas estagnadas e poluídas.
- Hepatite G deve ter-se especial cuidado no contacto e na manipulação de sangue ou de produtos derivados do sangue. Além disso, é aconselhável o uso de preservativo durante aos atos sexuais, assim como evitar a partilha de objetos cortantes ou injetáveis.