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A obesidade e as suas causas e fatores

A obesidade é um problema que afeta mais de 650 milhões de pessoas em todo o mundo. Este número é mais do dobro do que se verificava há 20 anos.

A obesidade é uma doença crónica e representa um problema de saúde pública. Esta patologia carateriza-se pelo excesso de gordura corporal acumulada e pode afetar a saúde.

Com origem em diversos fatores, nomeadamente genéticos, ambientais e comportamentais, a obesidade requer um esforço continuado para ser controlada.

O sedentarismo, um mau regime alimentar, o estilo de vida, bem como as condições socioeconómicas podem contribuir para o desenvolvimento da obesidade, que resulta do consumo de calorias em quantidade superior às necessidades do corpo.

É, ainda, um importante fator de risco para o desenvolvimento de várias doenças, designadamente a diabetes, hipertensão arterial, doença cardíaca e, mesmo, alguns tipos de cancro. Pode, inclusive, resultar em morte precoce.

A perda de apenas cinco a 10 por cento do peso corporal pode reduzir os problemas relacionados com o excesso de peso, designadamente a hipertensão arterial ou a diabetes.


Obesidade: Pesos e medidas

Diagnóstico e tipos de obesidade

É através do Índice de Massa Corporal (IMC) que se define se uma pessoa tem, ou não, excesso de peso ou obesidade.

O IMC consiste no peso (em quilogramas) dividido pela altura (em metros quadrados).

Para calcular o IMC, a fórmula é:

IMC = peso / altura x altura

Calcule aqui o seu IMC no nosso simulador

Ou seja, se pesa 60 quilos e mede 1,60 metros, a conta a fazer será 60/(1,60x1,60) = 60/2,56 = 23,4375 Kg/m².

Neste caso, o IMC é de 23,4 kg/m2, o que é considerado um peso adequado.

A classificação é a seguinte:

  • Baixo peso: IMC menor que 18,5 Kg/m²
  • Peso normal: IMC entre 18,5 e 24,9 Kg/m²
  • Excesso de peso: IMC entre 25 e 29,9 Kg/m²
  • Obesidade grau I: IMC entre 30 e 34,9 Kg/m²
  • Obesidade grau II: IMC entre 35 e 39,9 Kg/m²
  • Obesidade grau III ou mórbida: IMC maior que 40 Kg/m²

De referir que apenas a estratificação feita pelo IMC poderá não ser suficiente – ou correta – para determinar se uma pessoa é ou não obesa, uma vez que este indicador não diferencia a massa muscular da massa gorda.

É, portanto, necessário analisar outros parâmetros, como o nível de hidratação, a massa muscular e o nível de atividade física. No entanto, na maioria dos casos, o IMC é um indicador útil para determinar se a pessoa tem um peso saudável.

  • A medição do tamanho da cintura torna mais precisa esta avaliação, devendo ser utilizada no caso de pessoas com excesso de peso (IMC de 25 a 29,9 kg/m2) ou moderadamente obesas (com IMC de 30 a 34,9).
  • Nos homens, uma cintura com mais de 94 centímetros e, nas mulheres, um valor de 80 centímetros ou mais é um indicador de obesidade.


Causas da obesidade

Por norma, a obesidade resulta do consumo de mais calorias, nomeadamente sob a forma de alimentos açucarados e gordurosos, do que aquelas que o corpo necessita para o nível de atividade a que é sujeito. O excesso é armazenado pelo corpo sob a forma de gordura.

O sedentarismo aliado ao consumo de quantidades excessivas de alimentos com alto teor calórico contribui, igualmente, para o desenvolvimento da obesidade.

Algumas das principais causas da obesidade:

  • A genética, que pode afetar a forma como o corpo processa os alimentos em energia e como a gordura é armazenada;
  • O envelhecimento;
  • Não dormir o suficiente;
  • Gravidez, uma vez que o aumento de peso durante a gravidez pode ser difícil de perder;
  • Menopausa;
  • Síndrome do ovário policístico;
  • Síndrome de Prader-Willi, uma patologia rara que causa fome excessiva;
  • Síndrome de Cushing;
  • Hipotiroidismo;
  • Osteoartrite e outras condições que afetem a mobilidade;
  • Medicamentos, alguns antidepressivos, medicamentos anticonvulsivos, medicamentos para diabetes, medicamentos antipsicóticos, esteroides e betabloqueadores.

Consequências

A obesidade pode causar vários outros problemas, incluindo dificuldades nas atividades diárias e problemas graves de saúde.

Alguns dos problemas mais comuns e que podem afetar o dia a dia de um obeso são:

  • Falta de ar;
  • Aumento da sudorese;
  • Ressonar;
  • Dificuldade em praticar desportos e qualquer tipo de atividade física;
  • Cansaço frequente;
  • Dores nas articulações e nas costas;
  • Baixa confiança e autoestima;
  • Tendência para o isolamento;
  • Problemas psicológicos, nomeadamente depressão e ansiedade.

Ser obeso aumenta, também, o risco de desenvolver muitos problemas de saúde potencialmente graves, nomeadamente:

  • Diabetes tipo 2;
  • Hipertensão arterial;
  • Colesterol alto e aterosclerose;
  • Doenças cardiovasculares;
  • Asma;
  • Síndrome metabólica;
  • Vários tipos de cancro, como o cancro do intestino, da mama e do útero;
  • Doença do refluxo gastroesofágico;
  • Cálculos biliares;
  • Diminuição da fertilidade;
  • Artrite, gota, lombalgia e outros distúrbios das articulações;
  • Apneia do sono;
  • Doença hepática;
  • Doença renal;
  • Complicações na gravidez, como diabetes gestacional ou pré-eclâmpsia.

Tratamento

  • Dieta;
  • Atividade física;
  • Mudanças no comportamento (controlo de stress, automonitorização de alimentos ingeridos, entre outros);
  • Medicamentos para perda de peso, lembrando que os medicamentos são mais eficazes quando combinados com a mudanças na alimentação e atividade física;
  • Cirurgia bariátrica.

A mudança do estilo de vida é essencial no tratamento da obesidade, o que implica alterações na dieta, mais atividade física.

O tratamento da obesidade envolve, na maioria dos casos, a avaliação e acompanhamento por uma equipa multidisciplinar, reunindo médicos, nutricionistas e, em vários casos, acompanhamento psicológico.

Alimente-se bem e faça exercício físico!