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Anemia: como abordar este problema

A anemia é um problema de saúde que afeta uma grande parte da população.

Trata-se de uma diminuição do número de glóbulos vermelhos no sangue ou da concentração de hemoglobina, que compromete o transporte de oxigénio aos órgãos e tecidos do organismo.

Nas fases iniciais, a anemia pode ser assintomática, sendo apenas detetável através de análises de rotina ao sangue.

A forma mais comum de anemia está associada à carência de ferro, embora existam outras causas possíveis.

Embora não seja perigosa, pelo menos até que se torne grave, a anemia pode ser um sinal de alerta para problemas de saúde sérios. Convém, por isso, estar vigilante.


Compreender a anemia

Sintomas

Uma vez que se trata de uma condição em que há comprometimento do transporte de oxigénio aos órgãos e tecidos do organismo, a anemia manifesta-se de diferentes formas, que variam, nomeadamente, conforme a gravidade do caso e a pessoa.

Alguns dos sintomas podem ser desvalorizados, sobretudo aquele que está quase sempre presente: o cansaço.

Eis uma lista dos sintomas mais frequentes:

  • Fadiga (cansaço maior do que o habitual);
  • Falta de ar (estranha para um nível de esforço que a pessoa conseguia fazer no passado recente sem dificuldades);
  • Palpitações (batimento irregular do coração).

Menos comuns:

  • Dores de cabeça;
  • Zumbido nos ouvidos;
  • Paladar alterado.

Raros:

  • Desejo de comer objetos não comestíveis (por exemplo: gelo, papel, terra, barro);
  • Dores na língua;
  • Dificuldade em engolir.

A anemia pode, também, causar alterações à aparência do indivíduo. Os sinais mais frequentes são:

  • Palidez (mais do que era normal);
  • Língua extremamente macia;
  • Cortes dolorosos nas comissuras da boca;
  • Unhas secas, escamosas ou em forma de colher

Além destes sintomas é extremamente importante estar atento a outros que se encontram associados às causas da anemia. Por exemplo:

  • Sangue nas fezes e perda de peso;
  • Olhos amarelos (icterícia).

Causas

A anemia pode ser causada por um ou mais dos seguintes mecanismos básicos do organismo:

  • Perda de sangue (hemorragia excessiva, que provoca baixos níveis de ferro);
  • Produção inadequada de glóbulos vermelhos;
  • Destruição excessiva de glóbulos vermelhos.

No caso da hemorragia excessiva, pode tratar-se de um acontecimento agudo (devido a lesão ou durante uma cirurgia), ou uma situação gradual e repetitiva (crónica).

As hemorragias crónicas estão, normalmente, associadas a problemas no trato digestivo ou urinário, ou a menstruações intensas.

Quando ocorre produção insuficiente de glóbulos vermelhos, isso significa que o corpo carece dos nutrientes necessários para levar a cabo esse processo. Por exemplo, ferro, vitamina B12 ou ácido fólico, entre outros.

Existem várias doenças que podem comprometer a produção de glóbulos vermelhos, nomeadamente a leucemia ou o linfoma.

Como vimos atrás, a anemia pode também ser causada pela destruição excessiva de glóbulos vermelhos. Estes vivem, normalmente, cerca de 120 dias. No final do seu ciclo de vida, são detetados e destruídos por células específicas da medula óssea, no baço e no fígado.

Quando são destruídos precocemente, a medula óssea procura compensar essa perda ao aumentar a velocidade de produção de novos glóbulos vermelhos.

No entanto, quando o ritmo de destruição é mais rápido do que o de produção, ocorre uma situação de desequilíbrio que causa um tipo de anemia designado por anemia hemolítica.


Tratamento e prevenção

O tratamento da anemia depende da identificação da sua causa, tendo como objetivo principal a reposição dos níveis normais de glóbulos vermelhos e hemoglobina.

O mais importante no tratamento de uma anemia é identificar a sua causa.

Vejamos um exemplo. No caso da anemia provocada pela carência de ferro, a mais frequente, além da terapêutica indicada pelo médico (suplementos, etc.), pode ser adotada uma dieta alimentar que favoreça a sua absorção.

Eis algumas possibilidades:

  • Redução ou eliminação do consumo de alimentos que dificultam a absorção de ferro (exemplos: leite, cereais, bebidas gaseificadas, chá e café);
  • Consumo de alimentos que aumentam a absorção de ferro (exemplos: citrinos, kiwi, bróculos, vegetais de folhagem escura como o espinafre, pão fortificado com ferro, feijão, nozes, carne, damasco, ameixa seca, passas de uva).

Quando a anemia é devida a causas como a perda de sangue ou doenças malignas, o tratamento é mais complexo e deve obedecer à prescrição médica. Nos casos mais graves, pode mesmo obrigar a transfusão de sangue.

No que toca à prevenção, há também alguns comportamentos da vida diária que ajudam a evitar o desenvolvimento de uma anemia.

Eis os conselhos mais importantes:

  • Faça exercício físico com regularidade;
  • Adote uma alimentação equilibrada e saudável;
  • Vá ao médico periodicamente, mesmo que não se sinta doente. Não deixe de fazer a sua consulta de rotina ao longo da vida.