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Diástase abdominal: como identificar e tratar

Diástase abdominal: sabe do que se trata

A diástase do músculo reto abdominal ou, simplesmente, a diástase abdominal pode ser congénita ou adquirida. A gravidez é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de diástase, que pode ocorrer no segundo ou o terceiro trimestre da gravidez ou durante o trabalho de parto, devido ao esforço físico envolvido na expulsão do feto. Apesar de comum, este pode ser um problema, caso permaneça oito semanas após o nascimento do bebé.

Geralmente, a diástase abdominal aparece 4,5 cm acima da cicatriz umbilical (supraumbilical) ou ao nível da cicatriz (umbilical). Mais raramente, surge 4,5cm abaixo da cicatriz umbilical (infraumbilical).

Esta situação é mais frequente em mulheres em idade reprodutiva, entre os 19 e os 40 anos, multíparas, multigestas, que tiveram partos normais com intervalos curtos de tempo entre si ou bebés mais pesados (com mais de 4kg).

Para evitar ou tratar esta complicação, é importante recomendar a prática de atividade física adequada durante a gestação, bem como no puerpério.


O que é e quais as principais causas

A diástase abdominal está relacionada com várias mudanças, nomeadamente, hormonais, que ocorrem no organismo, durante a gravidez. Ao longo da gestação, tem lugar uma ação hormonal sobre os tecidos conjuntivos, a qual está ligada a alterações biomecânicas que permitem o crescimento do útero.

Todas estas alterações provocam o afastamento da musculatura abdominal, que se pode prolongar pelo pós-parto. Se esse afastamento for superior a 2 cm, designa-se de diástase abdominal.

A diástase abdominal pode prejudicar a estabilização da musculatura abdominal, o movimento do tronco e funções como a postura, o parto, a defecação e a contenção visceral.


Consequências

A diástase abdominal torna órgãos, como o útero ou os intestinos, mais desprotegidos. Logo, esta situação pode acarretar algumas consequências negativas, nomeadamente:

  • Dores na região lombar;
  • Dificuldade em respirar;
  • Dificuldade em movimentar-se;
  • Perdas involuntárias de urina;
  • Obstipação;
  • Hérnias.

Tratamento e pós-parto

Em primeiro lugar, é importante dizer que a diástase abdominal deve ser devidamente diagnosticada pelo médico e que todos os exercícios a fazer devem ser recomendados e avaliados pelo especialista.

A principal maneira de evitar e contrariar a diástase abdominal é realizar exercício físico durante a gestação e no puerpério. A atividade física garante benefícios para vários sistemas do nosso organismo, nomeadamente, para a musculatura abdominal.

Combater a musculatura flácida previne a acumulação de gordura abdominal e problemas intestinais, como a obstipação ou a patologia hemorroidária.

No pós-parto, a fisioterapia também pode ser fundamental para melhorar a tonicidade dos músculos abdominais e pélvicos.


Exercícios para tratar a diástase abdominal

Há tipos de exercícios mais indicados para casos de diástase abdominal. Portanto, deve aconselhar-se junto do seu médico acerca da atividade física mais apropriada, assim como sobre programas de fisioterapia que possam ser benéficos para a sua situação.

Benefícios do exercício físico para a puérpera

  • Melhoria da função respiratória;
  • Melhoria da função sexual e da líbido;
  • Reeducação postural;
  • Recuperação do pavimento pélvico;
  • Gestão das pressões (pré-ativação muscular);
  • Diminuição do perímetro da cintura;
  • Tonificação da musculatura abdomino-perineal;
  • Melhoria da auto-estima e da auto-confiança.

Exercícios abdominais pós-parto

Os seguintes três exercícios são adequados para a fase do pós-parto e para mulheres que estejam a sofrer de diástase abdominal.

Nas primeiras duas semanas, pode começar por fazer duas séries destes três exercícios, podendo depois aumentar a duração de cada exercício.

  1. Prancha ventral
    1. Coloque-se de barriga para baixo.
    2. Levante o corpo numa posição estática e apoie-se nos antebraços e nas pontas dos pés.
    3. Fique nessa posição por 30 segundos.
  2. Ponte de glúteos
    1. Coloque-se de barriga para cima.
    2. Levante a anca e mantenha-se nessa posição por 30 segundos.
    3. Durante esse tempo, contraia 10 vezes os músculos abdominais, relaxando entre cada uma das contrações.
  3. Abdominal com bola de Pilates
    1. Coloque-se de barriga para cima, com a anca, a coluna e a cabeça apoiadas no solo.
    2. Posicione as duas pernas fletidas e elevadas a 90º, enquanto aperta com as pernas a bola de Pilates.
    3. Mantenha-se nessa posição por 30 segundos.

Método hipopressivo

Este é um dos métodos mais recomendados para a fase de recuperação pós-parto. Os seus exercícios têm por objetivo reduzir a congestão pélvica, reposicionar os órgãos e melhorar a postura corporal. Isto, enquanto o útero recupera o seu tamanho normal (algo que demora, pelo menos, 40 dias a acontecer).

O método hipopressivo consiste em inspirar e expirar totalmente o ar, até o abdómen começar a contrair-se sozinho. Depois, deve encolher a barriga, “puxando” os músculos abdominais “até o umbigo tocar nas costas”.


Exercícios que deve evitar

Em caso de diástase abdominal, existem exercícios que deve evitar, nomeadamente pranchas, flexões e agachamentos, porque eles podem piorar essa condição. Também desportos como a natação e o ioga não são aconselháveis nesta circunstância.

Durante este período, também deve evitar pegar em pesos e executar qualquer atividade que implique um esforço excessivo dos músculos abdominais.

Assim que o afastamento muscular desapareça, pode experimentar atividades como o Pilates, pois ele irá ajudar a fortalecer a parede abdominal e a reforçar o músculo transverso abdominal.