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Disfunção erétil: saiba mais sobre esta incapacidade

A disfunção erétil, por vezes designada como impotência, corresponde a uma incapacidade persistente (há pelo menos três meses) em atingir uma ereção suficiente para manter uma relação sexual satisfatória.

Esta doença é a disfunção sexual masculina mais recorrente e é mais prevalente acima dos 75 anos, afetando cerca de 85% dos homens nesta faixa etária. Embora se trate de uma patologia benigna, ela pode prejudicar bastante a qualidade de vida do doente e, mesmo, do casal.


O que é a disfunção erétil?

A disfunção erétil é uma disfunção sexual que pode ter várias causas, estando algumas delas relacionadas com problemas cardiovasculares. Alguns estudos revelam que a disfunção erétil pode anteceder em três anos uma doença cardiovascular, como o enfarte do miocárdio, por exemplo.

Deste modo, a disfunção erétil de origem cardiovascular deve servir de alerta para consultar um médico que faça um estudo vascular, de modo a avaliar os fatores de risco cardiovascular do doente.


Sintomas

Além do sintoma mais evidente que se prende com a incapacidade de atingir a ereção, há outras manifestações que podem ser associadas à disfunção erétil, como é o caso da perda da líbido e das alterações ejaculatórias. A sintomatologia pode surgir progressiva ou subitamente, sendo que neste último caso costuma estar relacionada com doença prévia, traumatismos ou cirurgias.

Para efeitos de diagnóstico e de tratamento, é importante descrever não só os sintomas, como os momentos em que ocorre e a sua duração.


Causas

A disfunção erétil pode ter diversas causas, normalmente relacionadas com doenças ou tratamentos que podem prejudicar as hormonas, nervos, artérias e veias que participam no processo de ereção.

Assim, a disfunção erétil pode ter uma origem orgânica ou psicogénica, neste último caso quando relacionada com aspetos como stress, ansiedade, problemas financeiros, depressão, entre outros. Porém, e ao contrário do que se pensava há alguns anos, a disfunção erétil de origem psicológica representa “apenas” 10% a 20% dos casos de disfunção.

Eis algumas das causas possíveis da disfunção erétil:

Vasculogénica

  • Doença cardiovascular;
  • Hipertensão;
  • Diabetes;
  • Colesterol elevado;
  • Tabagismo;
  • Pós-cirurgia, por exemplo, após Cirurgia Radical da Próstata.

Neurogénica

  • Centrais: esclerose múltipla, doença de Parkinson, tumores cerebrais, acidentes vasculares cerebrais, etc.
  • Periféricos: alcoolismo, uremia, polineuropatia, etc.

Anatómica ou estrutural

  • Doença de Peyronie;
  • Fratura peniana;
  • Curvatura peniana congénita;
  • Micropénis;
  • Hipospádias ou epispádias.

Hormonal

  • Diminuição da testosterona;
  • Aumento da prolactina;
  • Distúrbios da tiróide e glândula hipófise.

Farmacológica

  • Anti-hipertensores (como diuréticos e bloqueadores beta);
  • Antidepressivos;
  • Antipsicóticos;
  • Anti-androgénios;
  • Anti-histamínicos.
  • Drogas ilícitas.

Psicogénica

  • Ansiedade;
  • Depressão;
  • Stress;
  • Entre outros.

Diagnóstico

Para diagnosticar o problema da disfunção erétil, é necessário consultar um médico que faça a história clínica e psicossexual do paciente, além de exames físicos, laboratoriais e hormonais.

Em alguns casos, pode ainda ser realizado um eco doppler peniano, uma avaliação neurológica e psicológica, entre outras provas capazes de avaliarem as estruturas penianas do paciente.


Tratamento

Independentemente da causa da disfunção erétil, é sempre recomendável que o doente melhore o seu estilo de vida, fazendo uma dieta equilibrada, praticando regularmente atividade física e não fumando.

O aconselhamento psicológico e a terapia sexual também são importantes. Em algumas situações, estas medidas podem ser suficientes para resolver o problema da disfunção erétil.

De lembrar que, embora esta seja uma doença masculina, ela afeta o casal, pelo que é importante que o processo de tratamento seja acompanhado por ambos os membros do casal e não apenas por quem é diagnosticado com a disfunção.

A disfunção erétil de origem psicogénica, arteriogénica e hormonal pode ser curada, enquanto a disfunção erétil com outras causas pode ser tratada, mesmo que o doente não fique totalmente curado.

Terapêutica farmacológica

Numa primeira fase, geralmente, o médico recomenda uma terapêutica farmacológica, que induz a ereção ao facilitar o fluxo sanguíneo para o interior do pénis, assente em medicação oral, como o Sildenafil Viagra®, ou Vardenafil Levitra® e o Tadalafil Cialis®.

Todos estes medicamentos ajudam a relaxar o músculo liso dentro dos corpos cavernosos, preenchendo o pénis com sangue. Porém, para que a ereção se concretize, é necessário que haja estímulo sexual. Estes fármacos também não interferem na líbido, nem no orgasmo.

Esta medicação atua cerca de 30 a 60 minutos após a sua toma e o seu efeito pode durar entre quatro a oito horas (ou até 36 horas, no caso do Tadalafil). A sua eficácia atinge os 80%. Alguns dos seus possíveis efeitos secundários são: dores de cabeça, tonturas, azia, rubor facial, corrimento nasal, alterações visuais e dores musculares.

De ressaltar que estes medicamentos devem ser utilizados somente sob supervisão médica, sendo que cada um deve ser indicado de forma individual e personalizada.

Aparelho de vácuo

O aparelho de vácuo é outra opção de tratamento. Este aparelho corresponde a um cilindro de plástico que é colocado sobre o pénis, mantendo-o rígido através da sucção e da colocação de um anel constritor na base peniana. Além disso, é administrada uma injeção intracavernosa de medicamentos vasodilatadores.

Prótese peniana

Existem ainda vários tipos de prótese peniana. Algumas podem ter dois cilindros maleáveis que são colocados nos corpos cavernosos, enquanto outras podem ser insufláveis, com três componentes, revelando-se esta última uma opção mais fisiológica que garante uma rigidez mais completa, exigindo, porém, uma cirurgia mais complexa e dispendiosa.


Prevenção

A principal forma de prevenir a disfunção erétil é evitar os fatores de risco que estão na sua origem, principalmente as que estão relacionadas com o estilo de vida.

Assim, é importante:

  • Manter a diabetes e as doenças coronárias controladas;
  • Deixar de fumar
  • Moderar o consumo de álcool
  • Fazer atividade física com regularidade
  • Ter uma boa higiene de sono
  • Combater o stress e a ansiedade
  • Tratar a depressão
  • Fazer consultas médicas de rotina