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Hiperidrose: em que consiste e como pode ser tratada

A transpiração, ou sudorese, é uma condição normal e ajuda a manter a temperatura corporal estável. É normal transpirar quando está calor, durante a prática de atividades físicas ou em certas situações que envolvem emoções, como num momento de nervosismo ou de medo. No entanto, a hiperidrose acontece mesmo sem a presença de qualquer um desses fatores.

A hiperidrose, ou hipersudorese, é uma condição que resulta em suor excessivo. A transpiração acontece sem justificação, ou seja, a pessoa transpira mesmo sem a presença de fatores desencadeantes, tais como a prática de atividade física, entre outros. Aliás, em alguns casos, pode acontecer até durante o sono.

A transpiração em excesso ocorre devido a um estímulo exagerado das glândulas sudoríparas, responsáveis pela produção de suor. Apesar de uma condição benigna, pode consistir numa situação embaraçosa, provocando ansiedade e desconforto, além de poder ter repercussões no bem estar emocional e na autoestima de quem sofre desta patologia.


Causas

A hiperidrose pode ter diferentes causas, como fatores emocionais, hereditários ou ser provocada por uma infeção, problemas metabólicos ou cancro. A menopausa é outro fator que pode contribuir para a hiperidrose.

Várias zonas do corpo podem ser afetadas, tais como: axilas, palmas das mãos, rosto, cabeça, plantas dos pés e virilhas.


Sintomas

Além da transpiração excessiva, as zonas afetadas ficam vermelhas e inflamadas devido à humidade constante a que estão expostas. Nesta altura, a hiperidrose é, muitas vezes, acompanhada de uma outra condição desagradável, a bromidrose, que se traduz num odor fétido.

Esta humidade intensa e crónica pode conduzir a alterações na pele, que fica pálida, enrugada e com fissuras.


Tipos de hiperidrose

Hiperidrose primária focal

Surge na infância ou adolescência, geralmente, nas mãos, pés, axilas, cabeça ou rosto.

As pessoas não transpiram enquanto dormem ou quando estão em repouso, mas começam a suar assim que acordam.

Habitualmente, há mais pessoas na mesma família com o mesmo problema, sendo uma condição que afeta entre dois a três por cento da população, no entanto, menos de 40% dos pacientes com essa condição consultam um médico.


Hiperidrose secundária generalizada

Surge, habitualmente, na idade adulta e é causada por uma doença, como diabetes, obesidade ou gota, ou como efeito secundário de alguns medicamentos.

Neste caso, as pessoas com esta condição transpiram em todas as áreas do corpo ou em regiões incomuns e podem mesmo suar durante o sono.



Tratamento

Os antitranspirantes são a primeira opção no que toca ao tratamento da hiperidrose.

É um método simples, em que o produto, semelhante a um desodorizante, mas com propriedades que lhe permitem controlar a transpiração, são aplicados diretamente nas zonas mais críticas.

São, normalmente, à base de sais de alumínio e podem ser vendidos em roll-on, spray pomada, loção, toalhitas de limpeza ou gel.

Embora não estejam ainda aprovados em Portugal, há países em que são usados medicamentos para o tratamento deste problema. Tratam-se de drogas anticolinérgicas, que atuam impedindo a estimulação de glândulas sudoríparas. Contudo, sua prescrição torna-se limitada em virtude dos efeitos adversos decorrentes.

Quando estes métodos falham, o dermatologista pode ainda recomendar tratamento por via de iontoforese (uso de corrente elétrica para “desligar” temporariamente as glândulas sudoríparas), injeções de toxina botulínica tipo A, que bloqueia temporariamente a sudorese, quando aplicada diretamente na axila, mãos e pés, ou mesmo a cirurgia, em que se dá a interrupção da transmissão dos sinais nervosos que estimulam a sudorese em excesso.

A transpiração excessiva que se limita às axilas é tratada por lipossucção ou cirurgia para extrair as glândulas sudoríparas.

A sudorese excessiva limitada às palmas das mãos pode ser tratada através de um procedimento denominado simpatectomia endoscópica transtorácica, no qual os nervos próximos à coluna vertebral que vão até as glândulas sudoríparas são cortados.

Este procedimento está indicado em casos graves, que não respondem aos tratamentos clínicos previamente mencionados. Como consequência deste procedimento, a hiperidrose compensatória é mais comum, podendo ser até mais grave do que a hiperidrose original.

Há que notar que a cirurgia pode causar complicações permanentes, como suor fantasma (em que a pessoa tem uma sensação de transpiração, mas não transpira), sudorese compensatória (sudorese aumentada em partes do corpo não tratadas), sudorese gustativa, nevralgias e síndrome de Horner.

Desta forma, é imperativa uma avaliação inicial com médico Dermatologista, para determinar a causa da condição, e direcionar o tratamento, de acordo com cada caso.