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Laringite: tudo o que deve saber sobre este problema

Certamente que já sentiu, em alguma altura da sua vida, dor ou dificuldade em engolir ou rouquidão e desconforto na região da garganta. Nessa altura, muito provavelmente, estava com uma laringite, uma doença que afeta a laringe, órgão respiratório onde ficam as cordas vocais.

Fique a conhecer as causas, sintomas e tratamentos para a laringite e saiba como prevenir esta inflamação.


O que é a laringite

Designa-se por laringite, a irritação e o edema que atinge a laringe, órgão responsável pela respiração, deglutição e fala.

Os quadros de laringite podem revelar-se agudos ou crónicos. No entanto, geralmente, trata-se de uma doença temporária e ligeira, tornando-se crónica apenas em aproximadamente ⅕ da população.


Causas

Antes de falar sobre as possíveis causas da laringite, convém dizer que esta inflamação surge, muitas vezes, associada a outras doenças das vias respiratórias, como é o caso da amigdalite, faringite, bronquite, constipação ou gripe.

Quando se tratam de laringites agudas, elas estão normalmente associadas:

  • A constipações;
  • A irritações (nomeadamente causadas por medicação, como os inaladores para a asma);
  • Ao uso excessivo da voz;
  • A infeções virais, bacterianas ou fúngicas.

Por outro lado, as laringites crónicas podem ter origem em causas tão variadas como:

  • Sinusite;
  • Refluxo gástrico;
  • Tosse persistente;
  • Inalação de substâncias irritantes;
  • Tabagismo;
  • Alcoolismo;
  • Alergias (nomeadamente ao pó e ao fumo).

Sintomas

Normalmente, a sintomatologia associada à laringite surge subitamente e pode agravar-se nos primeiros dias. Alguns dos sintomas manifestados podem ser:

  • Rouquidão ou afonia;
  • Dificuldade e dor ao engolir ou ao falar;
  • Dores de cabeça e de garganta;
  • Garganta seca, irritada/arranhada e com comichão;
  • Febre moderada;
  • Tosse seca e pigarro constante;
  • Edema e dor ao palpar os gânglios do pescoço;
  • Fadiga e mal-estar.

Nota: Caso os sintomas não desapareçam, nem melhorem, passadas uma a duas semanas sobre o seu surgimento, é importante consultar um médico, para avaliar a possibilidade de existirem outras doenças.

O mesmo deve ser feito se tiver:

  • Dor ou dificuldade severa em engolir;
  • Quadros de laringite demasiado frequentes;
  • Febre que não passa;
  • Tosse com sangue;
  • Dificuldade em respirar.

Diagnóstico

A verificação dos sintomas descritos acima pode indiciar um quadro de laringite aguda.

Caso a sintomatologia se prolongue no tempo, deve ser feito um exame direto às cordas vocais, de modo a despistar a existência de outros problemas como tumores, nódulos e pólipos.

Para isso, pode ser feita:

  • Observação da garganta, recorrendo a um pequeno espelho;
  • Zaragatoa, para retirar uma amostra dos fluidos presentes na mucosa da laringe;
  • Análise ao sangue.

Em certos casos, é necessário ser sujeito a um exame (videolaringoscópio) feito por um otorrinolaringologista. Se houver suspeita de lesões malignas, então pode ainda ser necessário fazer uma biópsia dos tecidos para confirmar ou não a malignidade da lesão.


Tratamento

Para tratar a laringite, é preciso fazer medicação que controle as suas causas e, também, os seus sintomas. Para isso, o médico pode sugerir a toma de:

  • Paracetamol ou ibuprofeno;
  • Antibiótico (no caso da laringite ter origem numa infeção bacteriana);
  • Corticosteróides (os quais devem ser apenas usados em casos urgentes e após recomendação médica);
  • Xarope para a tosse;
  • Soluções para gargarejar;
  • Pastilhas para as dores de garganta.

Há ainda outras medidas que podem ser adotadas, tais como:

  • Evitar falar;
  • Beber muitos líquidos, sobretudo água;
  • Humidificar o ar, distribuindo pela divisão recipientes com água e evitando o uso de ar condicionado ou de aquecimento central;
  • Gargarejar com água morna salgada;
  • Não fumar e evitar ambientes com fumo ou com pó;
  • Evitar a ingestão de café e de bebidas alcoólicas.

Nota: Em situações mais graves, pode ser necessário recorrer a uma intervenção cirúrgica.


Prevenção

Há alguns comportamentos que podemos adotar para tentar evitar quadros de laringite. Algumas dessas medidas são:

  • Não fumar, já que o tabaco irrita a mucosa da laringe;
  • Evitar o consumo de álcool e de cafeína;
  • Beber cerca de 1,5 L de água por dia, para fluidificar o muco da garganta;
  • Evitar a ingestão de alimentos picantes que causam azia ou refluxo gástrico;
  • Privilegiar uma dieta à base de cereais integrais, frutas e vegetais, por serem alimentos ricos em vitaminas A, E e C, que são benéficas para as membranas mucosas da garganta;
  • Prevenir infeções respiratórias superiores, higienizando regularmente as mãos e evitando o contacto com indivíduos constipados ou gripados.

A laringite nas crianças

Apesar dos sintomas de laringite nas crianças serem semelhantes aos verificados nos adultos, esta doença pode revelar-se mais perigosa em idade pediátrica.

Por isso, deve ser procurada assistência médica, sempre que a criança:

  • Faça barulho ao respirar;
  • Se babe mais do que o habitual;
  • Tenha dificuldade em engolir ou em respirar;
  • Apresente temperatura superior a 38ºC/39ºC;
  • Não coma, nem beba.

Em certas crianças, a laringite pode evoluir para difteria, uma doença respiratória infetocontagiosa, ou para epiglotite, uma inflamação decorrente de uma infeção da epiglote. Estes casos precisam de ser vistos por um médico, já que podem dificultar a correta respiração da criança.