Sarampo: tudo o que deve precisa saber sobre esta infeção
O sarampo é uma infeção viral, caraterizando-se por manchas vermelhas na pele, febre, tosse, conjuntivite e corrimento nasal. Normalmente, é uma doença benigna, mas, em alguns casos, pode ser grave e, até, levar à morte.
Estando a vacina contra o sarampo inscrita no Plano Nacional de Vacinação (PNV), a doença é, atualmente, menos comum em Portugal, podendo ainda surgir, especialmente em crianças.
O que é, causas, sintomas, tratamento e prevenção
O que é o sarampo?
Provocado por um vírus com genoma RNA (paramyxovirus do grupo morbillivirus), o sarampo é uma doença altamente contagiosa, que se transmite de pessoa para pessoa, por via aérea, através de gotículas de saliva ou aerossóis, ou seja, as gotículas que ficam em suspensão no ar, depois de a pessoa infetada ter tossido ou espirrado, por exemplo.
A doença afeta, principalmente, crianças durante o primeiro ano de vida. No entanto, o sarampo também pode afetar crianças maiores de um ano ou adultos que não tenham sido vacinados contra o sarampo, sendo mais frequente no verão e no outono.
Os primeiros sintomas do sarampo são bastante semelhantes aos de uma gripe ou resfriado e surgem entre oito a 12 dias após ter estado com alguém infetado.
Primeiros sinais e sintomas de sarampo
Habitualmente, estes são os sintomas mais frequentes do sarampo:
- No início, após um período de incubação de 7 a 14 dias, surge um mal-estar geral, acompanhado de febre, seguido de corrimento nasal, conjuntivite (olhos vermelhos e lacrimejantes) e tosse seca. Muitas vezes, o doente sente também irritação na garganta;
- Em alguns casos, surgem depois pontos brancos na boca, no interior da bochecha, cerca de um a dois dias antes do aparecimento das manchas na pele, mais conhecidas por manchas de Koplik;
- Finalmente, dá-se o aparecimento da erupção cutânea (as manchas vermelhas, que surgem, primeiramente, na face e que depois se espalham para o tronco e para os membros), incluindo nas palmas e na planta dos pés. Nesta altura, a febre atinge os 39 a 40 graus e o doente entra num estado de extremo cansaço físico e mental;
- As manchas na pele podem estar associadas a comichão, nomeadamente nas orelhas e pescoço;
- As manchas apresentam-se como placas irregulares, planas e vermelhas, que, rapidamente, aumentam de tamanho. Após um ou dois dias, espalham-se da cara para o tronco, braços e pernas, começando a desaparecer do rosto.
Período de contágio
O sarampo é uma doença altamente contagiosa e o contágio pode dar-se desde quatro dias antes e até quatro dias após o início do aparecimento das manchas na pele, podendo o período de contágio ser mais alargado no caso dos doentes imunocomprometidos.
O que fazer quando tem sintomas de sarampo
Quando há sintomas de sarampo ou quando a doença foi já diagnosticada, é importante que o doente evite o contacto com outras pessoas para evitar contagiar outros. Por salvaguarda, estes cuidados deverão manter-se até quatro dias após o início da erupção cutânea (do aparecimento das manchas na pele).
O seu médico deverá mandar fazer análises ao sangue, urina e secreções orais para confirmação do diagnóstico.
Nesta altura, deverá comunicar ao seu médico quais as pessoas com quem contactou durante o período de contágio ativo.
Se esteve em contacto com uma pessoa infetada, deverá, caso não tenha tomado a vacina ou não tenha tido sarampo anteriormente, ser vacinado nas primeiras 72 horas após a exposição, se tal for possível.
Se a vacina for contraindicada, a pessoa poderá ser sujeita à administração de imunoglobulina, preferencialmente até seis dias.
Tratamento
A maioria das pessoas recupera apenas com o tratamento dos sintomas.
Tratando-se de uma doença viral, os antibióticos não são eficazes contra o vírus, sendo, no entanto, muitas vezes prescritos pelos médicos para tratar algumas complicações da doença, como a pneumonia ou otite, se ocorrerem.
De qualquer forma, é importante consultar um médico, seja um profissional de Medicina Geral e Familiar, no caso de o doente ser um adulto, ou um pediatra, o que é o mais comum, já que o sarampo é uma doença que afeta mais as crianças.
Para aliviar os sintomas, é importante:
- Descansar;
- Aliviar a comichão com banhos de água morna e aplicação de loções calmantes, nomeadamente, à base de calamina.
- Fazer medicação para baixar a febre e aliviar a tosse se assim for recomendado;
- Fazer suplementação em vitamina A visto que, os níveis séricos desta vitamina estão associados à doença grave decorrente do sarampo. Dessa forma, principalmente em países em desenvolvimento, a suplementação de vitamina A mostrou reduzir a morbidade e a mortalidade decorrentes destes casos.
Prevenção
A vacinação é a principal forma de prevenção do sarampo. A vacina é gratuita e está disponível para todas as pessoas a nível nacional, fazendo parte do PNV.
A primeira dose é recomendada aos 12 meses e a segunda dose entre os cinco e os seis anos, antes do início da escolaridade obrigatória.
As pessoas que não foram vacinadas e que nunca tiveram sarampo têm uma grande probabilidade de contrair a doença se forem expostas ao vírus.
Possíveis complicações do sarampo
As complicações do sarampo aparecem com mais frequência em crianças com menos de cinco anos e em adultos com mais de 20, sendo as mais comuns a pneumonia, diarreia e otite média. A encefalite aguda é outra complicação possível.
Durante a fase aguda da infeção, pode ocorrer a hepatite transitória.
A leitura deste texto não dispensa o aconselhamento com um profissional de saúde e o tratamento do sarampo implica sempre uma consulta médica.